domingo, 19 de janeiro de 2014

Um homem apaixonado





Um homem apaixonado

Ando muito embriagado
Como um navio encalhado,
Homem muito desolado
Bebida no pensamento,
Galopando com o vento
Como se ganhasse o mundo
Do mais raso ao mais profundo
Com o mais puro sentimento.

Hoje me tornei profano,
Sou metido a freudiano,
Me passo por puritano
Que some ao nascer do sol,
Com o canto do rouxinol
Que abre asas lá em cima
Faz uma linda obra-prima
Logo depois do arrebol.

Enquanto eu fico pensando,
O mundo então vai girando,
As coisas estão mudando,
E eu continuo afim
De olhar dentro de mim
Pra que se encontre razão
De sentir a sensação
Que me consome assim.

Posso esta ficando louco,
Mesmo que seja um pouco,
Mas não quero ficar rouco
De tanto falar tolice.
Quando eu chegar na velhice
Vou me lembrar do momento
Que eu quis ir junto com vento
Encontrar aquela meiguice.

To aqui na madrugada
Quero ver a alvorada
Surgir no meio da estrada
Pra expressar minha rotina,
Foi uma alma feminina
Que me fez endoidecer,
Hoje eu vou amanhecer
Escrevendo a minha sina.

Sou quase que um suicida
Permutando em minha vida
Querendo dar a partida
Pra buscar a felicidade,
E ter muita liberdade
Pra dormir ao lado seu,
Ter seu corpo junto ao meu
Pra ser feliz de verdade.

To vivendo esse momento
Meio que sem firmamento
Expressando pensamento
Sem saber direito o quê,
Não sei ao certo por quê
Estou escrevendo aqui,
Vou esperar o bem-te-vi
Pra o seu canto eu poder vê.

E antes do amanhecer
Tenho que compreender
Porque eu insisto em viver
Com ela no coração,
Hoje eu vivo de ilusão
Por causa de uma mulher,
Mas venha o que vier
Sigo minha intuição.

E o sol já vem nascendo,
E com o dia amanhecendo,
E Eu vou mesmo me perdendo
Só pensando no olhar
No qual fui me encantar,
E a noite já me consome
Eu já nem sei mais meu nome,
E continuo a sonhar.

Vou seguindo meu caminho
Em busca de um carinho,
Mas ainda estou sozinho
Pensando naquele rosto,
Querendo sentir o gosto
Do amor correspondido,
Eu há muito estou perdido
To vivendo com desgosto.

Me sinto como um menino
Que caminha sem destino,
Sou um pobre nordestino
Que quis se apaixonar,
Por alguém que não vai dar
A mínima atenção,
No lugar do coração
Uma pedra vai estar.

Eu não tenho adjunto
Vou encerrando esse assunto,
E agora eu me pergunto
Onde é que eu vou parar?
Eu vou é continuar
Caminhando com o vento
Relatando meu lamento
E vê onde eu vou chegar.


(Sergio Rubens)

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