sábado, 7 de junho de 2014

Poema sobre o nosso cidadão pobre e vítima do sistema





Tanta gente desocupada

Eu to muito, mas muito é cansado
Cansado de tanto ter que trabalhar,
De nunca sorrir e sempre eu chorar
De viver sempre tão agoniado.
Eu ando feio e malamanhado
Procurando algo mais pra eu fazer
Pra ver se melhoro mais meu comer.
Vivo numa sociedade atrasada
Um monte de gente desocupada
E eu com tanta coisa pra fazer.

Por isso eu digo que pobre apanha!
Tenho quatro filhos pra dar comer,
As que mostram sua bunda na tevê
O mais fraco que come é a picanha.
Eu vou levando a vida na manha
Até o dia em que eu for morrer,
Pra meus filhos poder sobreviver
Eu encontro no meio dessa estrada
Um monte de gente desocupada
E eu com tanta coisa pra fazer.

A vida é realmente muito injusta,
Desde os dez anos que eu só trabalho
Tem mês que num faço um só salário,
Mas eu vou seguindo com a minha luta.
Na escola eu tive boa conduta
Mas uma mulher imbuchei pra valer,
Aí tive que trabalhar pra viver.
Ela era só mais uma outra coitada
Um monte de gente desocupada
E eu com tanta coisa pra fazer.

Mas vou seguindo aqui o meu caminho
Topando o que der e o que vier,
Vou pegar os meninos e a mulher
E continuar bem devagarzinho
Pra ver se boto ordem no meu ninho
Nesse país desigual pra valer,
Mas ainda dá pra tentar se desfazer
Há tanta coisa aqui mal arrumada,
Um monte de gente desocupada
E eu com tanta coisa pra fazer.
  
Acordo quatro horas todo dia
Pra poder começar a trabalhar,
A minha mulher pra ter que ajudar
Lava roupa por uma minxaria,
E ainda tem que mostrar alegria
Que é pra nossos filhos não perceber,
Que é pra não faltar o que comer
Que eu me meto num monte de cilada.
Um monte de gente desocupada
E eu com tanta coisa pra fazer.

(Sergio Rubens)


sábado, 29 de março de 2014

Um poema pra você

Um poema pra você


 Você me pediu um poema,
Mas não escrevi nenhum verso.
Já busquei no universo
Um pouco de inspiração,
Mas não chegou ao coração
Algo que te represente,
Que ao menos me oriente
A escrever algumas linhas,
Só algumas palavrinhas
Que demonstre o que eu sinto.
Acredite, eu não minto!
Já tentei muito fazer,
Mas para te descrever
Tem que ser algo muito belo,
Puro, doce, meigo e singelo.
Para lembrar seu olhar,
Pra mostrar que vou te amar
Por toda a eternidade.
Pra te pedir de verdade
Que não rejeite o meu amor.
Eu te peço, por favor,
Que não queira me deixar,
Que não deixe de me amar
Mesmo sem eu merecer,
Porque não consegui fazer
Um poema pra você.


(Sergio Rubens)

quarta-feira, 19 de março de 2014

Meu mundo é você

Imagem da internet

Às vezes eu fico perdido no tempo,
Perco a noção do início e do fim.
No meu desespero eu peço pro vento
Que traga você pra perto de mim.

Sempre vagando no meu pensamento,
Me perco e te encontro no meu coração.
No doce desejo e no mel do seu beijo
Vou ao infinito da maior emoção.

Ontem a lua me disse um segredo,
Sobre a paixão e sobre a amizade
E que ao juntar os dois sentimentos
É que faz nascer um amor de verdade.

E mesmo que eu queira esconder o que sinto,
Não dá pra negar, é mais forte que eu.
Dizem que o homem pertence ao mundo.
Se meu mundo é você, então sou todo seu.


(Sergio Rubens)

sábado, 8 de março de 2014

Mulher, parabéns pelo seu dia!

Parabéns para todas as mulheres do mundo. É por elas que nós homens temos os mais belos sonhos e os mais terríveis pesadelos.





Ela

Não se define em palavras
A tamanha sensação
Não existe nem lógica
Nem nenhuma explicação,
Pois é ela quem constrói
E também é quem destrói 
Nosso humilde coração.

É a obra mais perfeita
Que Deus pôde construir,
É o que há de mais sublime
Que já pôde existir.
Ela é muito sensível
O que há de mais incrível
Faz meu mundo colorir.

Tem pureza no olhar
E amor no coração
É meiga, doce e singela,
Não existe explicação
Pra tanta virtude assim,
A tenho junto de mim
Dentro do meu coração.

É a mais bela das flores
Consegue tudo que quer,
Obra perfeita de Deus
Faz com o homem o que quiser.
Faz o mundo mais seguro
Ela é o ser mais puro
Ela é incrível mulher.


 (Sergio Rubens)

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

O carnaval vem aí!






O carnaval é a festa mais popular e tradicional do Brasil, reflexo de um povo sempre generoso e com o espírito aberto para a alegria, ainda que viva em meio a uma realidade social tão cruel e injusta. O carnaval mexe com o país inteiro, diversas pessoas se divertem, brincam em seus blocos e se esbaldam durante quatro dias.

O carnaval chegou ao Brasil por volta do século XVII. Influenciado pelas festas carnavalescas da Europa. Ao contrário do que muitos pensam o carnaval não é de origem brasileira, até mesmo personagens como Colombina, Pierrô e o tradicionalíssimo Rei Momo, são de origem européia.

No início o carnaval era celebrado com grandes desfiles, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. Aos poucos foram surgindo os blocos, depois as escolas de samba, algum tempo depois veio surgindo às tradicionais marchinhas e enfim tornou-se a grande festa com trios elétricos e enormes estruturas que temos hoje.

Junto com essa mudança material e artística, veio também à mudança de comportamento e de participação dos carnavalescos, hoje muito mais se vê o carnaval como um motivo para “cair na farra”, do que como uma festa cultural de nosso povo. Não quero aqui criticar o carnaval e nem mesmo quem participe dele, afinal eu mesmo também gosto, o que pretendo é promover uma reflexão sobre o assunto.

No que se transformou, ou no que transformamos o carnaval? Numa festa de bebedeiras, drogas, prostituição e investimento exagerado do poder público na intenção de iludir o povo com um lazer fantasiado? Se olharmos somente pelo lado da diversão, o carnaval é uma festa excelente, mas se olharmos um pouco também os problemas sociais que causa, veremos que há muita coisa para se melhorar.Os incontáveis acidentes de trânsito, os altos índices de uso de drogas, aumentos das DSTs, aumento da violência urbana (assassinatos, roubos, etc.), que acontecem durante o carnaval, faz com que se veja a enorme necessidade de um trabalho educativo e cultural em relação a essa festa popular. Não se deve apenas promover a festa sem um valor cultural e sem um intuito social, deve-se pensar no que o evento promove e de alguma forma tentar levar uma conscientização para todos os carnavalescos sobre os problemas que acontecem durante as festividades.

Contudo, deve-se educar, ao invés de somente pensar nos lucros e na diversão. Os jovens estão tendo um maior acesso às drogas e ao sexo sem segurança durante essa época e pouco se está fazendo para mudar esse quadro. Temos que trabalhar a consciência dos carnavalescos e mostrarmos como se divertir de maneira ética, moral e saudável (esse trabalho pode ser feito escola, em casa, através do apoio e incentivo do poder público), e não apenas jogá-los na diversão, como se o carnaval ainda acontecesse da mesma maneira que acontecia há muitas décadas atrás.

(Sergio Rubens)

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Será que somos realmente alfabetizados?




Se a alfabetização se resumisse somente no aprendizado do alfabeto e no ato de decodificar códigos, poderíamos dizer que no Brasil ainda existem em média, cerca de 14 milhões de analfabetos segundo o IBGE, mas se observarmos pelo lado de que ler consiste na capacidade de interpretar, compreender, criticar e produzir conhecimento, o número de analfabetos cresce consideravelmente.  

A alfabetização contribui para a socialização, a inclusão social e para o desenvolvimento do cidadão, assim como favorece o acesso ao conhecimento dos bens culturais da nossa sociedade e do mundo em que vivemos.

Atualmente, ser alfabetizado, ou seja, saber ler e escrever, têm se mostrado uma condição insatisfatória para corresponder às demandas da contemporaneidade. O fato de uma pessoa não conseguir interpretar textos e não saber resolver cálculos matemáticos mais elaborados, contribui para aquilo que se conhece como analfabetismo funcional

Segundo a pesquisa denominada “indicador de analfabetismo funcional”, divulgada pelo Instituto Paulo Montenegro em 2011-2012, se você é capaz de ler e compreender totalmente textos como este você faz parte de uma elite do Brasil: O seleto grupo dos plenamente alfabetizados. Que representa menos de 30% da população brasileira.

Pensando sobre isso, existem alguns questionamentos pertinentes. Como um aluno consegue sair da escola sem compreender aquilo que lê? Ou melhor. É possível melhorar a qualidade de vida em um país onde a maior parte da população sofre de analfabetismo funcional?

Já é claro e evidente, que a política nacional só vê a educação através de estatísticas. Questionários socioeconômicos, como aqueles que os estudantes respondem quando fazem a inscrição do ENEM, por exemplo, só serve para mostrar quem frequentou a escola e quem aprendeu a ler, mas não identifica que tipo de aprendizado adquiriu.

O que se percebe, é que o sistema de educação no Brasil é inadequado à necessidade do educando, não dá para culpar os educadores e nem as escolas, afinal, vivemos num país com um sistema educacional atrasado, que forma meros decodificadores da leitura e da escrita, gerando uma enorme quantidade de pessoas com grande dificuldade de adquirir conhecimento, cultura e informação.

É preciso voltar os olhos para a qualidade do ensino, não conseguiremos crescer uma nação sem cidadãos conscientes e bem informados. Precisamos de uma educação digna de um país em desenvolvimento. Não dá para melhorar a qualidade de vida, sem pessoas capazes de compreender, criticar e produzir.


Tá na hora de acabar com a educação que forma, mas não informa.


(Sergio Rubens)

domingo, 26 de janeiro de 2014

Impunidade o "câncer" do Brasil



País de impunidade


Nesse país de tanto desrespeito
Eu que eu escolhi foi escrever poesia,
Pra criticar toda essa hipocrisia
Você pode ter um outro conceito,
Já tentei faculdade de direito,
Fui garçom em várias outras cidades,
E vou dizer sem nenhuma vaidade
Que já tentei até ser um atleta,
Mas escolhi ser um simples poeta
Nesse nosso país de impunidade.

Em um país de tanta insegurança,
Com fome, doença e corrupção.
Onde não existe mais uma nação
E você é obrigado a entrar na dança,
Mas um dia toda essa gente se cansa
Porque o povo nunca tem validade.
Vamos mudar as ruas e as cidades
Quem sabe assim que o Brasil se completa,
Mas escolhi ser um simples poeta
Nesse nosso país de impunidade.

(Sergio Rubens)