Se a alfabetização se resumisse somente
no aprendizado do alfabeto e no ato de decodificar códigos, poderíamos dizer
que no Brasil ainda existem em média, cerca de 14 milhões de analfabetos
segundo o IBGE, mas se observarmos pelo lado de que ler consiste na capacidade
de interpretar, compreender, criticar e produzir conhecimento, o número de
analfabetos cresce consideravelmente.
A alfabetização contribui para a
socialização, a inclusão social e para o desenvolvimento do cidadão, assim como
favorece o acesso ao conhecimento dos bens culturais da nossa sociedade e do
mundo em que vivemos.
Atualmente, ser alfabetizado, ou
seja, saber ler e escrever, têm se mostrado uma condição insatisfatória para
corresponder às demandas da contemporaneidade. O fato de uma pessoa não
conseguir interpretar textos e não saber resolver cálculos matemáticos mais
elaborados, contribui para aquilo que se conhece como analfabetismo funcional.
Segundo a pesquisa denominada “indicador
de analfabetismo funcional”, divulgada pelo Instituto Paulo Montenegro em 2011-2012,
se você é capaz de ler e compreender totalmente textos como este você faz parte
de uma elite do Brasil: O seleto grupo dos plenamente alfabetizados. Que
representa menos de 30% da população brasileira.
Pensando sobre isso, existem
alguns questionamentos pertinentes. Como um aluno consegue sair da escola sem
compreender aquilo que lê? Ou melhor. É possível melhorar a qualidade de vida
em um país onde a maior parte da população sofre de analfabetismo funcional?
Já é claro e evidente, que a
política nacional só vê a educação através de estatísticas. Questionários
socioeconômicos, como aqueles que os estudantes respondem quando fazem a
inscrição do ENEM, por exemplo, só serve para mostrar quem frequentou a escola
e quem aprendeu a ler, mas não identifica que tipo de aprendizado adquiriu.
O que se percebe, é que o sistema
de educação no Brasil é inadequado à necessidade do educando, não dá para
culpar os educadores e nem as escolas, afinal, vivemos num país com um sistema
educacional atrasado, que forma meros decodificadores da leitura e da escrita,
gerando uma enorme quantidade de pessoas com grande dificuldade de adquirir
conhecimento, cultura e informação.
É preciso voltar os olhos para a
qualidade do ensino, não conseguiremos crescer uma nação sem cidadãos
conscientes e bem informados. Precisamos de uma educação digna de um país em
desenvolvimento. Não dá para melhorar a qualidade de vida, sem
pessoas capazes de compreender, criticar e produzir.
Tá na hora de acabar com a
educação que forma, mas não informa.
(Sergio Rubens)
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