sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Será que somos realmente alfabetizados?




Se a alfabetização se resumisse somente no aprendizado do alfabeto e no ato de decodificar códigos, poderíamos dizer que no Brasil ainda existem em média, cerca de 14 milhões de analfabetos segundo o IBGE, mas se observarmos pelo lado de que ler consiste na capacidade de interpretar, compreender, criticar e produzir conhecimento, o número de analfabetos cresce consideravelmente.  

A alfabetização contribui para a socialização, a inclusão social e para o desenvolvimento do cidadão, assim como favorece o acesso ao conhecimento dos bens culturais da nossa sociedade e do mundo em que vivemos.

Atualmente, ser alfabetizado, ou seja, saber ler e escrever, têm se mostrado uma condição insatisfatória para corresponder às demandas da contemporaneidade. O fato de uma pessoa não conseguir interpretar textos e não saber resolver cálculos matemáticos mais elaborados, contribui para aquilo que se conhece como analfabetismo funcional

Segundo a pesquisa denominada “indicador de analfabetismo funcional”, divulgada pelo Instituto Paulo Montenegro em 2011-2012, se você é capaz de ler e compreender totalmente textos como este você faz parte de uma elite do Brasil: O seleto grupo dos plenamente alfabetizados. Que representa menos de 30% da população brasileira.

Pensando sobre isso, existem alguns questionamentos pertinentes. Como um aluno consegue sair da escola sem compreender aquilo que lê? Ou melhor. É possível melhorar a qualidade de vida em um país onde a maior parte da população sofre de analfabetismo funcional?

Já é claro e evidente, que a política nacional só vê a educação através de estatísticas. Questionários socioeconômicos, como aqueles que os estudantes respondem quando fazem a inscrição do ENEM, por exemplo, só serve para mostrar quem frequentou a escola e quem aprendeu a ler, mas não identifica que tipo de aprendizado adquiriu.

O que se percebe, é que o sistema de educação no Brasil é inadequado à necessidade do educando, não dá para culpar os educadores e nem as escolas, afinal, vivemos num país com um sistema educacional atrasado, que forma meros decodificadores da leitura e da escrita, gerando uma enorme quantidade de pessoas com grande dificuldade de adquirir conhecimento, cultura e informação.

É preciso voltar os olhos para a qualidade do ensino, não conseguiremos crescer uma nação sem cidadãos conscientes e bem informados. Precisamos de uma educação digna de um país em desenvolvimento. Não dá para melhorar a qualidade de vida, sem pessoas capazes de compreender, criticar e produzir.


Tá na hora de acabar com a educação que forma, mas não informa.


(Sergio Rubens)

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