O
carnaval é a festa mais popular e tradicional do Brasil, reflexo de um povo
sempre generoso e com o espírito aberto para a alegria, ainda que viva em meio
a uma realidade social tão cruel e injusta. O carnaval mexe com o país inteiro,
diversas pessoas se divertem, brincam em seus blocos e se esbaldam durante
quatro dias.
O
carnaval chegou ao Brasil por volta do século XVII. Influenciado pelas festas
carnavalescas da Europa. Ao contrário do que muitos pensam o carnaval não é de
origem brasileira, até mesmo personagens como Colombina, Pierrô e o
tradicionalíssimo Rei Momo, são de origem européia.
No
início o carnaval era celebrado com grandes desfiles, onde os carnavalescos
usavam máscaras e fantasias. Aos poucos foram surgindo os blocos, depois as
escolas de samba, algum tempo depois veio surgindo às tradicionais marchinhas e
enfim tornou-se a grande festa com trios elétricos e enormes estruturas que temos
hoje.
Junto com essa mudança material e
artística, veio também à mudança de comportamento e de participação dos
carnavalescos, hoje muito mais se vê o carnaval como um motivo para “cair na
farra”, do que como uma festa cultural de nosso povo. Não quero aqui criticar o
carnaval e nem mesmo quem participe dele, afinal eu mesmo também gosto, o que
pretendo é promover uma reflexão sobre o assunto.
No que se transformou, ou no que
transformamos o carnaval? Numa festa de bebedeiras, drogas, prostituição e
investimento exagerado do poder público na intenção de iludir o povo com um
lazer fantasiado? Se olharmos somente pelo lado da diversão, o carnaval é uma
festa excelente, mas se olharmos um pouco também os problemas sociais que
causa, veremos que há muita coisa para se melhorar.Os incontáveis acidentes de
trânsito, os altos índices de uso de drogas, aumentos das DSTs, aumento da
violência urbana (assassinatos, roubos, etc.), que acontecem durante o
carnaval, faz com que se veja a enorme necessidade de um trabalho educativo e
cultural em relação a essa festa popular. Não se deve apenas promover a festa
sem um valor cultural e sem um intuito social, deve-se pensar no que o evento
promove e de alguma forma tentar levar uma conscientização para todos os
carnavalescos sobre os problemas que acontecem durante as festividades.
Contudo, deve-se educar, ao invés de
somente pensar nos lucros e na diversão. Os jovens estão tendo um maior acesso
às drogas e ao sexo sem segurança durante essa época e pouco se está fazendo
para mudar esse quadro. Temos que trabalhar a consciência dos carnavalescos e
mostrarmos como se divertir de maneira ética, moral e saudável (esse trabalho
pode ser feito escola, em casa, através do apoio e incentivo do poder público),
e não apenas jogá-los na diversão, como se o carnaval ainda acontecesse da
mesma maneira que acontecia há muitas décadas atrás.
(Sergio Rubens)