terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

O carnaval vem aí!






O carnaval é a festa mais popular e tradicional do Brasil, reflexo de um povo sempre generoso e com o espírito aberto para a alegria, ainda que viva em meio a uma realidade social tão cruel e injusta. O carnaval mexe com o país inteiro, diversas pessoas se divertem, brincam em seus blocos e se esbaldam durante quatro dias.

O carnaval chegou ao Brasil por volta do século XVII. Influenciado pelas festas carnavalescas da Europa. Ao contrário do que muitos pensam o carnaval não é de origem brasileira, até mesmo personagens como Colombina, Pierrô e o tradicionalíssimo Rei Momo, são de origem européia.

No início o carnaval era celebrado com grandes desfiles, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. Aos poucos foram surgindo os blocos, depois as escolas de samba, algum tempo depois veio surgindo às tradicionais marchinhas e enfim tornou-se a grande festa com trios elétricos e enormes estruturas que temos hoje.

Junto com essa mudança material e artística, veio também à mudança de comportamento e de participação dos carnavalescos, hoje muito mais se vê o carnaval como um motivo para “cair na farra”, do que como uma festa cultural de nosso povo. Não quero aqui criticar o carnaval e nem mesmo quem participe dele, afinal eu mesmo também gosto, o que pretendo é promover uma reflexão sobre o assunto.

No que se transformou, ou no que transformamos o carnaval? Numa festa de bebedeiras, drogas, prostituição e investimento exagerado do poder público na intenção de iludir o povo com um lazer fantasiado? Se olharmos somente pelo lado da diversão, o carnaval é uma festa excelente, mas se olharmos um pouco também os problemas sociais que causa, veremos que há muita coisa para se melhorar.Os incontáveis acidentes de trânsito, os altos índices de uso de drogas, aumentos das DSTs, aumento da violência urbana (assassinatos, roubos, etc.), que acontecem durante o carnaval, faz com que se veja a enorme necessidade de um trabalho educativo e cultural em relação a essa festa popular. Não se deve apenas promover a festa sem um valor cultural e sem um intuito social, deve-se pensar no que o evento promove e de alguma forma tentar levar uma conscientização para todos os carnavalescos sobre os problemas que acontecem durante as festividades.

Contudo, deve-se educar, ao invés de somente pensar nos lucros e na diversão. Os jovens estão tendo um maior acesso às drogas e ao sexo sem segurança durante essa época e pouco se está fazendo para mudar esse quadro. Temos que trabalhar a consciência dos carnavalescos e mostrarmos como se divertir de maneira ética, moral e saudável (esse trabalho pode ser feito escola, em casa, através do apoio e incentivo do poder público), e não apenas jogá-los na diversão, como se o carnaval ainda acontecesse da mesma maneira que acontecia há muitas décadas atrás.

(Sergio Rubens)

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Será que somos realmente alfabetizados?




Se a alfabetização se resumisse somente no aprendizado do alfabeto e no ato de decodificar códigos, poderíamos dizer que no Brasil ainda existem em média, cerca de 14 milhões de analfabetos segundo o IBGE, mas se observarmos pelo lado de que ler consiste na capacidade de interpretar, compreender, criticar e produzir conhecimento, o número de analfabetos cresce consideravelmente.  

A alfabetização contribui para a socialização, a inclusão social e para o desenvolvimento do cidadão, assim como favorece o acesso ao conhecimento dos bens culturais da nossa sociedade e do mundo em que vivemos.

Atualmente, ser alfabetizado, ou seja, saber ler e escrever, têm se mostrado uma condição insatisfatória para corresponder às demandas da contemporaneidade. O fato de uma pessoa não conseguir interpretar textos e não saber resolver cálculos matemáticos mais elaborados, contribui para aquilo que se conhece como analfabetismo funcional

Segundo a pesquisa denominada “indicador de analfabetismo funcional”, divulgada pelo Instituto Paulo Montenegro em 2011-2012, se você é capaz de ler e compreender totalmente textos como este você faz parte de uma elite do Brasil: O seleto grupo dos plenamente alfabetizados. Que representa menos de 30% da população brasileira.

Pensando sobre isso, existem alguns questionamentos pertinentes. Como um aluno consegue sair da escola sem compreender aquilo que lê? Ou melhor. É possível melhorar a qualidade de vida em um país onde a maior parte da população sofre de analfabetismo funcional?

Já é claro e evidente, que a política nacional só vê a educação através de estatísticas. Questionários socioeconômicos, como aqueles que os estudantes respondem quando fazem a inscrição do ENEM, por exemplo, só serve para mostrar quem frequentou a escola e quem aprendeu a ler, mas não identifica que tipo de aprendizado adquiriu.

O que se percebe, é que o sistema de educação no Brasil é inadequado à necessidade do educando, não dá para culpar os educadores e nem as escolas, afinal, vivemos num país com um sistema educacional atrasado, que forma meros decodificadores da leitura e da escrita, gerando uma enorme quantidade de pessoas com grande dificuldade de adquirir conhecimento, cultura e informação.

É preciso voltar os olhos para a qualidade do ensino, não conseguiremos crescer uma nação sem cidadãos conscientes e bem informados. Precisamos de uma educação digna de um país em desenvolvimento. Não dá para melhorar a qualidade de vida, sem pessoas capazes de compreender, criticar e produzir.


Tá na hora de acabar com a educação que forma, mas não informa.


(Sergio Rubens)